EDITORIAL

Socializar temáticas caras a Educação Física escolar em uma perspectiva crítica é o objetivo desse instrumento. É urgente a centralização de informações que nos levem até ferramentas didático-metodológicas capazes de instrumentalizar o professorado a enfrentar os duros e complexos problemas afrontados pela Educação Física no âmbito da escola pública. Pretendemos organizar aqui a nossa contribuição.
 

Nisso podemos incluir a expressão da experiência docente, que em nossa compreensão extrapola a expectativa disciplinar. Afirmamos crer em determinado momento que a experiência docente se dá num amplo processo de inserção na comunidade escolar e nunca exclusivamente no âmbito disciplinar. Experiência docente é disciplinar, mas envolve também a organização do trabalho pedagógico geral da escola, a gestão democrática, a participação sindical, o conhecimento e diálogo com a comunidade local, entre outros elementos.

Nessa primeira mensagem, também buscamos anunciar alguns pressupostos que fundamentam a vinculação de informações nesse espaço. A defesa geral que baseia nossa leitura da realidade social da escola, foi apresentado por Marx e Engels no Manifesto do Partido Comunista no qual a bandeira da educação pública, gratuita, laica e de qualidade foi hasteada e tomada historicamente pelo movimento docente. Esse embasamento se desdobra em outros dois pontos fundantes das reflexões que apresentaremos.

O primeiro se relaciona a nossa defesa do ponto de vista da função social da escola, qual seja: 1) a elevação da capacidade teórico-científica da classe trabalhadora por meio do desenvolvimento das funções psicológicas superiores, 2) a apropriação pelo proletariado do conhecimento historicamente construído e acumulado, sistematizado na forma dos conteúdos escolares.

Isso significa combater as pedagogias de desvalorização da ação docente e de negação da escola. Propostas sintonizadas com as pedagogias do capital, inseridas no ambiente escolar como perspectivas inovadoras, mas que essencialmente omitem o movimento da realidade concreta, promovendo o amoldamento das consciências à ordem capitalista.

O segundo se configura com a defesa das bandeiras centrais do movimento dos trabalhadores em educação quais sejam: 1) Valorização econômica por meio da elevação dos salários; 2) Plano de cargos e carreira digno com reconhecimento do tempo, esforço e dedicação ao magistério público; 3) Formação continuada de qualidade que seja capaz de preparar o professorado durante o exercício do magistério na perspectiva da intelectualidade orgânica à classe trabalhadora, que fundamente e instrumentalize suficientemente a ação docente perante seu magistral desafio de educar para emancipação.


Nessa perspectiva é que o leitor encontrará nesse espaço textos próprios ou de outrem, indicações de leituras de livros e artigos científicos, divulgação de eventos e programação político-cultural, indicações de intervenções docentes, indicações de de materiais didáticos, filmes, imagens e outras tantas possibilidades que a internet oferece atualmente. Para esse editorial utilizamo-nos livremente das contribuições de Marx e Engels, da professora Celi Taffarel, dos professores Dermeval Saviani e Newton Duarte. Boa leitura.