domingo, 27 de maio de 2012

MAIO


Maio é um mês de reflexão e ação. Atendendo ao chamado do Centro Cultural Humaitá, que propôs  uma revitalização de  nosso  olhar sobre o  referido mês, resolvi socializar uma singela reflexão e mais adiante, indicar algo de minha experiência docente.

Maio não é um mês de festa para os trabalhadores. Maio não é um mês de festa para os negros. É sim, tempo de reflexão, tempo de luta, tempo de celebração crítica de nossas conquistas, tempo de avançar ombro a ombro. É tempo de lembrarmos o provérbio africano que nos ensina: é a união do rebanho que faz o leão se deitar com fome.

Levo a África em meu nome, notadamente desde que nasci. Nome que herdei de meu avô materno, mas que nem sempre me foi referenciado como africano no sentido identitário. Nem na família, nem na escola.  Algumas décadas se passaram, não muitas, mas depois de um  longo processo de inserção no ideário contra-hegemônico, eis que me percebo em sala de aula, tratando conhecimentos próprios da cultura afrobrasileira. Refletir  criticamente  sobre a emblemática princesa, no treze de maio atual, é ainda tarefa árdua e  combatente da visão mais comum dos fatos e da história brasileira.

Desde minha escolarização básica, muito se alterou, mas  igualmente, muito permaneceu. Entre continuidades e rupturas não são poucos os enfrentamentos que temos de estar preparados para realizar.  Preparar-se para  eles!  É isso que digo  ser importante  aos estudantes da educação superior que passam pelas minhas aulas buscando no seu ato de estagiar, a construção de sua ação docente. Preparar-se e realizá-los! Enfrentar e resistir!

Enfrentar o racismo declarado, velado ou institucional. Enfrentar a precarização do trabalho, a subsunção de toda vida  humana  ao capital. Enfrentar o divisionismo do povo trabalhador. Enfrentar a desqualificação da educação pública, a minimização dos currículos, a assinatura recorrente da educação básica às pedagogias do capital. 

Esses e outros tantos exemplos precisam estar em nossas agendas e o mês de maio é fulcral no impulso de nossas ações. Nessa perspectiva, gostaria então, de colaborar na constituição do mosaico proposto pelo Centro Cultural Humaitá, encaminhando algumas produções que realizei nos últimos anos sobre o conteúdo capoeira abordado particularmente a partir de um ponto de vista teórico no âmbito da Educação Física escolar. Para acessá-la clique aqui.

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